Decidi voltar à escrever aqui.
Decidi que esse blog vai se tornar bem, beeem pessoal.
Aguentem os dramas e as baboseiras(hehe).
See you!
segunda-feira, 30 de março de 2009
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Ele, que sou "eu"
Como se aprende a não querer? Deve existir um alguém com tanto auto controle e confiança que possa ensinar à fazer isso, mas até então sei que não sou a exceção de regra alguma.
Fraca. Sucumbo aos meus desejos tão espontaneamente que ao me dar conta já se transformou num objetivo, num destino. É "preciso" ter. O grande "Q" da questão toda é que, com a mesma liberdade com que quero ter tudo, já mergulho pensando em como vai magoar, porque é fato, as coisas não tem que ser como você espera.
Animador então, eu diria, é concluir que existe equilíbrio, porque o meu eu se balanceia quando, ao mesmo tempo que mergulha pro escuro com uma esperança de que haja ali a solução, essa solução possa ser apenas o fim.
E ele, o "eu" meu, se atira para lá em lágrimas, indeciso se de alívio ou melancolia.
Fraca. Sucumbo aos meus desejos tão espontaneamente que ao me dar conta já se transformou num objetivo, num destino. É "preciso" ter. O grande "Q" da questão toda é que, com a mesma liberdade com que quero ter tudo, já mergulho pensando em como vai magoar, porque é fato, as coisas não tem que ser como você espera.
Animador então, eu diria, é concluir que existe equilíbrio, porque o meu eu se balanceia quando, ao mesmo tempo que mergulha pro escuro com uma esperança de que haja ali a solução, essa solução possa ser apenas o fim.
E ele, o "eu" meu, se atira para lá em lágrimas, indeciso se de alívio ou melancolia.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Comentários dispensados
Então eu vou explicar.O motivo de eu ter parado de escrever por um bom tempo aqui é que eu achei que estaria me tornando uma outra pessoa.
Vejam assim, eu não queria que as pessoas concordassem com o que eu escrevia, eu não queria manipular ninguém e nem achar que o meu texto seria algo extraordinário, porque não seria.
Com o passar do tempo, uma amiga veio me perguntar o que tinha acontecido e porque eu não postava mais nada no meu blog, então, eu tive que assumir essa verdade pra alguém que não fosse apenas eu.E foi por assim a explicação:
A convivência com algumas pessoas, os lugares que tu frequentas e a rotina acabam sendo os guias das tuas atitudes.Mas, analisando tudo isso, a gente se mete com cada gente, não é mesmo?
Então, chegou uma hora, em que o lado divertido e agradável dessas pessoas se tornaram invisíveis pra mim, e eu só conseguia enxergar as coisas que eu repugnava, desde sempre, mas foram mascaradas pelo que tinham de melhor.E eu acabei achando essas pessoas muito ruins.
Ruins ao ponto de me fazer querer prende-las e gritar "Que absurdo ser tão egoísta assim, o mundo não é teu, e se as coisas ruins acontecem, são pra te fazer correr atrás, ao invés de tu acumulares isso e tornar-se tão sádico, intolerante e estúpido".
Ao mesmo tempo, o conflito dentro de mim era tão grande, entre cultivar ou cortar os laços, que eu me vi perdida.Talvez essa convivência tenha me trazido esse trauma de evitar sobressair-me sobre o outro.E sim, foi essa convivência que me deixou com muito medo de que as coisas que eu escrevia acabassem ganhando um falso valor de verdade absoluta, e que o primeiro que viesse contra isso, oh Deus, nem sei.... Eu queria escrever sobre minhas experiências sobre a vida, sobre o meu cotidiano, mas só conseguia achar que estava tentando escrever um manual, aquele tipo de livro de auto ajuda, que as pessoas mandam como você deve fazer as coisas, e isso, ah... isso era o oposto do que eu sempre planejei.
Então, venho aqui pedir desculpas aos comentários(sempre de desconhecidos) que foram apagados, como os citados acima, que concordavam com meu texto e com o tempo, foram me dando certa repugnância porque eu achava que, indiretamente, eu estava tentando fazer como esse tipo de pessoa que vos falo.A mesma amiga que perguntou o motivo da estagnação do blog, foi quem me ajudou a ver que eu não tinha chegado à esse ponto, mas por horror à esse tipo de atos, encontrei até em coisas que não existiam características disso, que fizeram com que minha "crise" tivesse início e minha aversão aos fatos virasse obsessão à aversão.
Essa fase ruim já passou, vou continuar escrevendo minhas opiniões, meus textos, em paz, porque já sei das intenções com que eu escrevo.
Foi o horror, essa é a palavra sem figuração, de me tornar uma pessoa ruim, jogar todos os meus valores em prol de uma diversão barata e superficial, e acabar como aquela pessoa, que por tanto tempo esteve do meu lado, e nunca percebeu que a vida é assim, ela é bonita, mas não é fácil, e ensina que não esperemos dos outros gratidão ou comoção, e que corramos atrás do que queremos, ou então, não poderás reclamar do que a vida, solidariamente, joga para ti.
Vejam assim, eu não queria que as pessoas concordassem com o que eu escrevia, eu não queria manipular ninguém e nem achar que o meu texto seria algo extraordinário, porque não seria.
Com o passar do tempo, uma amiga veio me perguntar o que tinha acontecido e porque eu não postava mais nada no meu blog, então, eu tive que assumir essa verdade pra alguém que não fosse apenas eu.E foi por assim a explicação:
A convivência com algumas pessoas, os lugares que tu frequentas e a rotina acabam sendo os guias das tuas atitudes.Mas, analisando tudo isso, a gente se mete com cada gente, não é mesmo?
Então, chegou uma hora, em que o lado divertido e agradável dessas pessoas se tornaram invisíveis pra mim, e eu só conseguia enxergar as coisas que eu repugnava, desde sempre, mas foram mascaradas pelo que tinham de melhor.E eu acabei achando essas pessoas muito ruins.
Ruins ao ponto de me fazer querer prende-las e gritar "Que absurdo ser tão egoísta assim, o mundo não é teu, e se as coisas ruins acontecem, são pra te fazer correr atrás, ao invés de tu acumulares isso e tornar-se tão sádico, intolerante e estúpido".
Ao mesmo tempo, o conflito dentro de mim era tão grande, entre cultivar ou cortar os laços, que eu me vi perdida.Talvez essa convivência tenha me trazido esse trauma de evitar sobressair-me sobre o outro.E sim, foi essa convivência que me deixou com muito medo de que as coisas que eu escrevia acabassem ganhando um falso valor de verdade absoluta, e que o primeiro que viesse contra isso, oh Deus, nem sei.... Eu queria escrever sobre minhas experiências sobre a vida, sobre o meu cotidiano, mas só conseguia achar que estava tentando escrever um manual, aquele tipo de livro de auto ajuda, que as pessoas mandam como você deve fazer as coisas, e isso, ah... isso era o oposto do que eu sempre planejei.
Então, venho aqui pedir desculpas aos comentários(sempre de desconhecidos) que foram apagados, como os citados acima, que concordavam com meu texto e com o tempo, foram me dando certa repugnância porque eu achava que, indiretamente, eu estava tentando fazer como esse tipo de pessoa que vos falo.A mesma amiga que perguntou o motivo da estagnação do blog, foi quem me ajudou a ver que eu não tinha chegado à esse ponto, mas por horror à esse tipo de atos, encontrei até em coisas que não existiam características disso, que fizeram com que minha "crise" tivesse início e minha aversão aos fatos virasse obsessão à aversão.
Essa fase ruim já passou, vou continuar escrevendo minhas opiniões, meus textos, em paz, porque já sei das intenções com que eu escrevo.
Foi o horror, essa é a palavra sem figuração, de me tornar uma pessoa ruim, jogar todos os meus valores em prol de uma diversão barata e superficial, e acabar como aquela pessoa, que por tanto tempo esteve do meu lado, e nunca percebeu que a vida é assim, ela é bonita, mas não é fácil, e ensina que não esperemos dos outros gratidão ou comoção, e que corramos atrás do que queremos, ou então, não poderás reclamar do que a vida, solidariamente, joga para ti.
quinta-feira, 20 de março de 2008
quem
As vítimas, os culpados.Estão todos convivendo aqui e agora, no mesmo espaço e tempo.O culpado, sabe Deus onde está, não faz idéia, e se faz, não se importa, é prepotente, egoísta, ao mesmo tempo que não é, mas com os outros.Largou alguém e isso já é uma contradição, porém, a máscara de bobo da corte não o deixa enxergar à olho nu o que quase se personifica.A vítima sofre, calada, despeja todo o seu pesar onde primeiro encontrar o mínimo de apoio.Seus muros abandonaram a forma, ela se pergunta, mais uma vez:
"Amar é ver alguém morrer?
Como você não consegue ver o que qualquer um pode?Que todos os dias, esvai-se um pouco da tranquilidade e controle que outrora estiveram tão presentes?Isso é 'morrer".
É vazio, é ruim.Você levou consigo os meus sentimentos?
Eu puxo o ar, pra sentir que as minhas células, que meu corpo funciona em harmonia, mas não é possível, eu não me sinto viva.O nosso nascer do sol me aparece um lilás rosado, como se já não nascesse, e sim, marcasse a presença de costas, e em seguida, partisse em retirada.Sem pássaros da tarde, sem trânsito, sem sorrisos.Acidentalmente.Como se quisesse te incentivar a desistir.
O tempo é culpado?Ele bem que tentou ajudar, lutou contra o "consigo tomar o rumo que eu quiser, consigo seguras as rédeas", mas não, não foi possível.
Os sentimentos, suas definições, sua intensidade.Combinam com seu carater e cotidiano, e nunca, nunca pense que você é boa pessoa se no íntimo souber que nunca amou.Antes de você achar que tem tudo, foque-se de novo.São essas provações e essas pedras, que a vida coloca sorrateiramente no caminho, que constroem o hoje.Assim, pode-se encarar com humanidade o outro lado, e a partir disso, opinião e ação são compatíveis, sendo assim, a consideração é algo presente.
Mas enquanto isso, a vítima, em seu auto isolamento se pergunta:
"E quem você acha que vai te ver morrer?"
"Amar é ver alguém morrer?
Como você não consegue ver o que qualquer um pode?Que todos os dias, esvai-se um pouco da tranquilidade e controle que outrora estiveram tão presentes?Isso é 'morrer".
É vazio, é ruim.Você levou consigo os meus sentimentos?
Eu puxo o ar, pra sentir que as minhas células, que meu corpo funciona em harmonia, mas não é possível, eu não me sinto viva.O nosso nascer do sol me aparece um lilás rosado, como se já não nascesse, e sim, marcasse a presença de costas, e em seguida, partisse em retirada.Sem pássaros da tarde, sem trânsito, sem sorrisos.Acidentalmente.Como se quisesse te incentivar a desistir.
O tempo é culpado?Ele bem que tentou ajudar, lutou contra o "consigo tomar o rumo que eu quiser, consigo seguras as rédeas", mas não, não foi possível.
Os sentimentos, suas definições, sua intensidade.Combinam com seu carater e cotidiano, e nunca, nunca pense que você é boa pessoa se no íntimo souber que nunca amou.Antes de você achar que tem tudo, foque-se de novo.São essas provações e essas pedras, que a vida coloca sorrateiramente no caminho, que constroem o hoje.Assim, pode-se encarar com humanidade o outro lado, e a partir disso, opinião e ação são compatíveis, sendo assim, a consideração é algo presente.
Mas enquanto isso, a vítima, em seu auto isolamento se pergunta:
"E quem você acha que vai te ver morrer?"
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Longa vida à Juan Carlos I
Hoje de manhã no trabalho divagávamos que o Chuck Norris perde para o Capitão Nascimento nos quesitos : Machos de Respeito, Personagem Principal de Piada Machista e Paródias.
Mas a boa nova mesmo é mandar o Hugo Chavez calar a boca.
Juan Carlos I manda Hugo Chavez calar a boca!
Mas a boa nova mesmo é mandar o Hugo Chavez calar a boca.
Juan Carlos I manda Hugo Chavez calar a boca!
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Tentar arrancar com faca
Foi tão rápido quanto a velocidade de uma rolha de champagne, que estoura numa virada de ano.Vai passar, é inevitável, mas por enquanto, esse pensamento é só um impulso que me ajuda à levantar da cadeira.
O que vai acontecer agora quando ouvir aquela música, eu não sei.Não existe mais aposta, não encontrei uma resposta, nada plausível, nada confortante.O pior, é que uma se multiplicou e de repente, aqueles trechos embalado em doces, nervosas, ritmadas melodias, se transformaram em outros, e outros, e agora, são tantas canções que me lembram você.
Preciso me mudar pra um lugar onde a chuva nunca pare de não cair por alguns dias.Preciso encarar as brincadeiras e piadas com aquele sotaque como algo bem normal, e me conformar, pensando que elas não cessarão por um bom tempo.Achar nisso uma maneira de brincar comigo mesma, de poder achar que tudo está bem.
Porque em casa de avó tem que ter, em todos os fins de semana, uma sobremesa daquela sua fruta?Sentir o cheiro dela não me agrada em mais nada, porque o impulso de ligar e dizer pra vir aqui é algo que preciso controlar, agarrar com as minhas mãos e não deixar escapar por entre os dedos.
Ah meu bem, eu passo por aquela rua todos os dias, eu passo pela portaria na volta pra casa e meus olhos vão direto onde o seu carro costumava estacionar.Impressionante é como sempre tem um lugar por ali, vazio, esperando.Se eu pudesse conversar com ela, aquela rua, que foi minha por 15 anos, eu diria o quanto ela é marcante pra mim, e pediria, muito, pra ela nunca deixar aquele lugar vazio numa tarde de chuva, se eu estiver prestes a passar pelas grades do prédio.
E aquela letra, tão bonita, que fala sobre coisas mágicas.Eu não gosto dessa música e ela não vai se juntar à tantas outras que vão me lembrar as coisas ruins de quando se divide algo com outra pessoa, e no fim, não dividiu, deu, e deixou perder.
Eu, porém, não vou esquecer meu bem, das palavras naquele lugar escuro, com música alta, que eu julguei terem sido uma das melhores coisas que já ouvi.Agora, pensando bem, tinha muito álcool em jogo, e as palavras foram usadas como dados, jogados aleatoriamente, apesar de você ter tentado segurá-los em suas mãos por muito tempo antes de atirá-los no tabuleiro e esperar que eles decidissem o próximo passo a ser tomado.O problema, é que o caminho que os dados te indicaram não condiziam com a tática do jogo,e, acontece que, você perdeu.
Quem está com o olhar baixo e não acreditando que você perdeu nesse jogo sou eu, era muito mais importante pra mim, apesar de eu ser só sua parceira na partida, é mais complexo que qualquer um que lembro ter jogado.A vontade é de nunca mais participar de nenhuma partida dele, mas não dá, essa droga de vida vai me exigir muito mais habilidade, cada dia, pra jogar mais e mais vezes, pra outros errarem e eu sofrer as consequências, pra eu errar e lembrar que essas consequências vão perdurar em outras pessoas.Por muito tempo.
Talvez eu não queira assumir que a culpa pode ter sido toda minha, eu posso ter te mimado de mais, mas ainda não estou achando isso algo ruim à ponto de fazer tudo desmoronar, como um vento que bate em um castelo de cartas em cima de uma mesa de vidro.Não, parece que foi pior, não derrubou só as cartas, mas também a mesa, que no exato momento em que espatifava e transformava-se em muitos pedaços, um desses veio na minha direção, entrou e se alojou no lado esquerdo do meu peito.
O que vai acontecer agora quando ouvir aquela música, eu não sei.Não existe mais aposta, não encontrei uma resposta, nada plausível, nada confortante.O pior, é que uma se multiplicou e de repente, aqueles trechos embalado em doces, nervosas, ritmadas melodias, se transformaram em outros, e outros, e agora, são tantas canções que me lembram você.
Preciso me mudar pra um lugar onde a chuva nunca pare de não cair por alguns dias.Preciso encarar as brincadeiras e piadas com aquele sotaque como algo bem normal, e me conformar, pensando que elas não cessarão por um bom tempo.Achar nisso uma maneira de brincar comigo mesma, de poder achar que tudo está bem.
Porque em casa de avó tem que ter, em todos os fins de semana, uma sobremesa daquela sua fruta?Sentir o cheiro dela não me agrada em mais nada, porque o impulso de ligar e dizer pra vir aqui é algo que preciso controlar, agarrar com as minhas mãos e não deixar escapar por entre os dedos.
Ah meu bem, eu passo por aquela rua todos os dias, eu passo pela portaria na volta pra casa e meus olhos vão direto onde o seu carro costumava estacionar.Impressionante é como sempre tem um lugar por ali, vazio, esperando.Se eu pudesse conversar com ela, aquela rua, que foi minha por 15 anos, eu diria o quanto ela é marcante pra mim, e pediria, muito, pra ela nunca deixar aquele lugar vazio numa tarde de chuva, se eu estiver prestes a passar pelas grades do prédio.
E aquela letra, tão bonita, que fala sobre coisas mágicas.Eu não gosto dessa música e ela não vai se juntar à tantas outras que vão me lembrar as coisas ruins de quando se divide algo com outra pessoa, e no fim, não dividiu, deu, e deixou perder.
Eu, porém, não vou esquecer meu bem, das palavras naquele lugar escuro, com música alta, que eu julguei terem sido uma das melhores coisas que já ouvi.Agora, pensando bem, tinha muito álcool em jogo, e as palavras foram usadas como dados, jogados aleatoriamente, apesar de você ter tentado segurá-los em suas mãos por muito tempo antes de atirá-los no tabuleiro e esperar que eles decidissem o próximo passo a ser tomado.O problema, é que o caminho que os dados te indicaram não condiziam com a tática do jogo,e, acontece que, você perdeu.
Quem está com o olhar baixo e não acreditando que você perdeu nesse jogo sou eu, era muito mais importante pra mim, apesar de eu ser só sua parceira na partida, é mais complexo que qualquer um que lembro ter jogado.A vontade é de nunca mais participar de nenhuma partida dele, mas não dá, essa droga de vida vai me exigir muito mais habilidade, cada dia, pra jogar mais e mais vezes, pra outros errarem e eu sofrer as consequências, pra eu errar e lembrar que essas consequências vão perdurar em outras pessoas.Por muito tempo.
Talvez eu não queira assumir que a culpa pode ter sido toda minha, eu posso ter te mimado de mais, mas ainda não estou achando isso algo ruim à ponto de fazer tudo desmoronar, como um vento que bate em um castelo de cartas em cima de uma mesa de vidro.Não, parece que foi pior, não derrubou só as cartas, mas também a mesa, que no exato momento em que espatifava e transformava-se em muitos pedaços, um desses veio na minha direção, entrou e se alojou no lado esquerdo do meu peito.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Hey Johnny
Johnny agora tinha uma arma.Se detinha à ficar um bom tempo pensando no que fazer com a arma.Acontece que, um dia, Jeff perguntou "Johnny, pra que você tem essa arma?".Dominar aquela cidadezinha, primeiro pensou, mas talvez, estourasse os miolos do amigo assim que este ouvisse tal resposta e gargalhasse até causar nojo em John.Não, não valia a pena, uma bala se ia, mas aquilo continuaria muito vazio.Aquela novidade, "Johnny tem uma arma" ainda ia causar mais perguntas como esta, precisava pensar em alguma coisa.Mas, afinal, pra que tinha esperado tanto por aquela arma, perdido seu tempo procurando por ela, e agora, não conseguia responder?Sentiu enjôo.
No outro dia, quando pulava por todo aquele monte de ferro velho e enferrujado reunido, ouviu Anna chamando.Parou próximo ao Fusca, antes preto, agora com pequenas lascas com a antiga cor, e esperou.Ela se aproximou arfante, e disse "Johnny, me disseram que você tem uma arma.É verdade?".Sim, oras, era verdade."Pra que você vai usar?".Não era da conta dela, mas, talvez, essa resposta deixasse Johnny mais distante ainda daquelas pessoas sorridentes, as mesmas por quem sua mãe se derretia em elogios, para quem fazia jantares, convidava os pais, esperando, um dia, que seu filho tivesse a mesma atitude.Mal sabia que tudo o que fazia em relação aquelas pessoas só aumentava aquele desejo de ver a última bolha de ar saindo de suas narinas enfiadas naquele lago sujo e cheio de lodo, observando os girinos e alguns vermes entrando por sua boca e olhos.Por Deus, Johnny sonhava com isso constantemente.
Colecionar.Anna franziu a testa, esperava uma reação impulsiva, tipicamente "Johnny lunático", como continuar andando, pular o velha estrutura de um caminhão que estava ali faz tanto tempo e sumir pra beira do morro, de onde Johnny via a cidade cheia de luz, cheia de coisas interessantes pra fazer, cheia de pessoas bêbadas, que seriam suas amigas e lhe pagariam bebidas, talvez mais de uma rodada.E foi o que ele fez em seguida, mas com a impressão de que aquela arma estava fazendo com que o notassem, com que as pessoas, inclusive, se aproximassem dele.Chegou até a pensar na possibilidade de chegar no Malve's e atirar pro alto, sair de lá muito embriagado, sem gastar um centavo, mas no outro dia seria atração, como um leão raquítico e cheio de olheiras, atrás das grades, e isso em nada lhe agradava.
Mas que bela porcaria, afinal, de que lhe servia aquela arma?Aquilo consumiu Johnny, dia após dia, sem que este se desse conta, sem que o tempo contasse pra ele enquanto continuava sem resposta.
Amanheceu, um frio inacreditável.Talvez um dos mais fortes nos últimos quatro anos, e desde aquele dia, quando Johnny adormeceu no morro, com vista pra cidade tão querida, sem resposta alguma, já haviam se passado dois anos.Sem surpresas, tudo continuava igual ali, Jeff aparecia num intervalo de mais ou menos duas, três semanas, jogavam conversas sobre as bandas que nunca iriam aparecer ali, sobre os carrinhos novos e brilhantes do pessoal do "sorriso nas orelhas"...Bah, tudo muito chato, que droga de vidinha chata.Sem perceber, a vida de Johnny havia se tornado tão imperceptível, que ele chegou até a acreditar que, se um dia tivesse uma overdose no quarto, demorariam pra achar o corpo, e só encontrariam pelo cheiro, ou se alguém fosse ali entregar-lhe alguma correspondência.Ou melhor, nem isso, Johnny não recebia nada.
Esperou a noite chegar, suportavelmente fria, e subiu o morro, passando pelo monte de ferro, ao lado do lago imundo.Pensou então, em tantas coisas que tinham acontecido, em tudo que havia somado pra que, naquela hora, Johnny estivesse ali, disposto a fazer o que lhe tinha tomado tempo demais pensando.Mas tempo era o que lhe sobrava agora.
Então, olhou mais uma vez pra cidade, longe, em média 4 horas de viagem de carro.Como era possível olhá-la e não querer estar lá?Mas ele sabia, todos sabiam, e todos achavam mais que justo, até Deus, se é que estava lá, controlando suas marionetezinhas, ele mais que ninguém sabia, Johnny nasceu ali, sem barulho, viveu ali, na sombra, e dali é que não ia sair.
Um, dois, três, quatro, cinco.Seis disparos.Droga, estava escorrendo, era quente, sujava a roupa toda, e deixou Johnny tremendo, pela primeira vez.Reuniu tudo de força que restava, e jogou a arma, que talvez tivesse caído no rio, não tinha certeza, não ouvira barulho algum.Escuro.
Abriu os olhos e achou que aquela droga de luz o tivesse cegado.Amanhecera.Olhou pra cidade.Claro que aqueles seis disparos não iam chegar nem perto dali."Não se preocupe, querido, você não vai ser tão cretino ao ponto de matar alguém".Hey Johnny, hora de voltar pra casa, a urina já havia secado pela roupa, fria.Sem arma alguma.Johnny, seu verme.
No outro dia, quando pulava por todo aquele monte de ferro velho e enferrujado reunido, ouviu Anna chamando.Parou próximo ao Fusca, antes preto, agora com pequenas lascas com a antiga cor, e esperou.Ela se aproximou arfante, e disse "Johnny, me disseram que você tem uma arma.É verdade?".Sim, oras, era verdade."Pra que você vai usar?".Não era da conta dela, mas, talvez, essa resposta deixasse Johnny mais distante ainda daquelas pessoas sorridentes, as mesmas por quem sua mãe se derretia em elogios, para quem fazia jantares, convidava os pais, esperando, um dia, que seu filho tivesse a mesma atitude.Mal sabia que tudo o que fazia em relação aquelas pessoas só aumentava aquele desejo de ver a última bolha de ar saindo de suas narinas enfiadas naquele lago sujo e cheio de lodo, observando os girinos e alguns vermes entrando por sua boca e olhos.Por Deus, Johnny sonhava com isso constantemente.
Colecionar.Anna franziu a testa, esperava uma reação impulsiva, tipicamente "Johnny lunático", como continuar andando, pular o velha estrutura de um caminhão que estava ali faz tanto tempo e sumir pra beira do morro, de onde Johnny via a cidade cheia de luz, cheia de coisas interessantes pra fazer, cheia de pessoas bêbadas, que seriam suas amigas e lhe pagariam bebidas, talvez mais de uma rodada.E foi o que ele fez em seguida, mas com a impressão de que aquela arma estava fazendo com que o notassem, com que as pessoas, inclusive, se aproximassem dele.Chegou até a pensar na possibilidade de chegar no Malve's e atirar pro alto, sair de lá muito embriagado, sem gastar um centavo, mas no outro dia seria atração, como um leão raquítico e cheio de olheiras, atrás das grades, e isso em nada lhe agradava.
Mas que bela porcaria, afinal, de que lhe servia aquela arma?Aquilo consumiu Johnny, dia após dia, sem que este se desse conta, sem que o tempo contasse pra ele enquanto continuava sem resposta.
Amanheceu, um frio inacreditável.Talvez um dos mais fortes nos últimos quatro anos, e desde aquele dia, quando Johnny adormeceu no morro, com vista pra cidade tão querida, sem resposta alguma, já haviam se passado dois anos.Sem surpresas, tudo continuava igual ali, Jeff aparecia num intervalo de mais ou menos duas, três semanas, jogavam conversas sobre as bandas que nunca iriam aparecer ali, sobre os carrinhos novos e brilhantes do pessoal do "sorriso nas orelhas"...Bah, tudo muito chato, que droga de vidinha chata.Sem perceber, a vida de Johnny havia se tornado tão imperceptível, que ele chegou até a acreditar que, se um dia tivesse uma overdose no quarto, demorariam pra achar o corpo, e só encontrariam pelo cheiro, ou se alguém fosse ali entregar-lhe alguma correspondência.Ou melhor, nem isso, Johnny não recebia nada.
Esperou a noite chegar, suportavelmente fria, e subiu o morro, passando pelo monte de ferro, ao lado do lago imundo.Pensou então, em tantas coisas que tinham acontecido, em tudo que havia somado pra que, naquela hora, Johnny estivesse ali, disposto a fazer o que lhe tinha tomado tempo demais pensando.Mas tempo era o que lhe sobrava agora.
Então, olhou mais uma vez pra cidade, longe, em média 4 horas de viagem de carro.Como era possível olhá-la e não querer estar lá?Mas ele sabia, todos sabiam, e todos achavam mais que justo, até Deus, se é que estava lá, controlando suas marionetezinhas, ele mais que ninguém sabia, Johnny nasceu ali, sem barulho, viveu ali, na sombra, e dali é que não ia sair.
Um, dois, três, quatro, cinco.Seis disparos.Droga, estava escorrendo, era quente, sujava a roupa toda, e deixou Johnny tremendo, pela primeira vez.Reuniu tudo de força que restava, e jogou a arma, que talvez tivesse caído no rio, não tinha certeza, não ouvira barulho algum.Escuro.
Abriu os olhos e achou que aquela droga de luz o tivesse cegado.Amanhecera.Olhou pra cidade.Claro que aqueles seis disparos não iam chegar nem perto dali."Não se preocupe, querido, você não vai ser tão cretino ao ponto de matar alguém".Hey Johnny, hora de voltar pra casa, a urina já havia secado pela roupa, fria.Sem arma alguma.Johnny, seu verme.
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