segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ele, que sou "eu"

Como se aprende a não querer? Deve existir um alguém com tanto auto controle e confiança que possa ensinar à fazer isso, mas até então sei que não sou a exceção de regra alguma.
Fraca. Sucumbo aos meus desejos tão espontaneamente que ao me dar conta já se transformou num objetivo, num destino. É "preciso" ter. O grande "Q" da questão toda é que, com a mesma liberdade com que quero ter tudo, já mergulho pensando em como vai magoar, porque é fato, as coisas não tem que ser como você espera.
Animador então, eu diria, é concluir que existe equilíbrio, porque o meu eu se balanceia quando, ao mesmo tempo que mergulha pro escuro com uma esperança de que haja ali a solução, essa solução possa ser apenas o fim.
E ele, o "eu" meu, se atira para lá em lágrimas, indeciso se de alívio ou melancolia.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Comentários dispensados

Então eu vou explicar.O motivo de eu ter parado de escrever por um bom tempo aqui é que eu achei que estaria me tornando uma outra pessoa.
Vejam assim, eu não queria que as pessoas concordassem com o que eu escrevia, eu não queria manipular ninguém e nem achar que o meu texto seria algo extraordinário, porque não seria.
Com o passar do tempo, uma amiga veio me perguntar o que tinha acontecido e porque eu não postava mais nada no meu blog, então, eu tive que assumir essa verdade pra alguém que não fosse apenas eu.E foi por assim a explicação:
A convivência com algumas pessoas, os lugares que tu frequentas e a rotina acabam sendo os guias das tuas atitudes.Mas, analisando tudo isso, a gente se mete com cada gente, não é mesmo?
Então, chegou uma hora, em que o lado divertido e agradável dessas pessoas se tornaram invisíveis pra mim, e eu só conseguia enxergar as coisas que eu repugnava, desde sempre, mas foram mascaradas pelo que tinham de melhor.E eu acabei achando essas pessoas muito ruins.
Ruins ao ponto de me fazer querer prende-las e gritar "Que absurdo ser tão egoísta assim, o mundo não é teu, e se as coisas ruins acontecem, são pra te fazer correr atrás, ao invés de tu acumulares isso e tornar-se tão sádico, intolerante e estúpido".
Ao mesmo tempo, o conflito dentro de mim era tão grande, entre cultivar ou cortar os laços, que eu me vi perdida.Talvez essa convivência tenha me trazido esse trauma de evitar sobressair-me sobre o outro.E sim, foi essa convivência que me deixou com muito medo de que as coisas que eu escrevia acabassem ganhando um falso valor de verdade absoluta, e que o primeiro que viesse contra isso, oh Deus, nem sei.... Eu queria escrever sobre minhas experiências sobre a vida, sobre o meu cotidiano, mas só conseguia achar que estava tentando escrever um manual, aquele tipo de livro de auto ajuda, que as pessoas mandam como você deve fazer as coisas, e isso, ah... isso era o oposto do que eu sempre planejei.
Então, venho aqui pedir desculpas aos comentários(sempre de desconhecidos) que foram apagados, como os citados acima, que concordavam com meu texto e com o tempo, foram me dando certa repugnância porque eu achava que, indiretamente, eu estava tentando fazer como esse tipo de pessoa que vos falo.A mesma amiga que perguntou o motivo da estagnação do blog, foi quem me ajudou a ver que eu não tinha chegado à esse ponto, mas por horror à esse tipo de atos, encontrei até em coisas que não existiam características disso, que fizeram com que minha "crise" tivesse início e minha aversão aos fatos virasse obsessão à aversão.
Essa fase ruim já passou, vou continuar escrevendo minhas opiniões, meus textos, em paz, porque já sei das intenções com que eu escrevo.
Foi o horror, essa é a palavra sem figuração, de me tornar uma pessoa ruim, jogar todos os meus valores em prol de uma diversão barata e superficial, e acabar como aquela pessoa, que por tanto tempo esteve do meu lado, e nunca percebeu que a vida é assim, ela é bonita, mas não é fácil, e ensina que não esperemos dos outros gratidão ou comoção, e que corramos atrás do que queremos, ou então, não poderás reclamar do que a vida, solidariamente, joga para ti.

quinta-feira, 20 de março de 2008

quem

As vítimas, os culpados.Estão todos convivendo aqui e agora, no mesmo espaço e tempo.O culpado, sabe Deus onde está, não faz idéia, e se faz, não se importa, é prepotente, egoísta, ao mesmo tempo que não é, mas com os outros.Largou alguém e isso já é uma contradição, porém, a máscara de bobo da corte não o deixa enxergar à olho nu o que quase se personifica.A vítima sofre, calada, despeja todo o seu pesar onde primeiro encontrar o mínimo de apoio.Seus muros abandonaram a forma, ela se pergunta, mais uma vez:
"Amar é ver alguém morrer?
Como você não consegue ver o que qualquer um pode?Que todos os dias, esvai-se um pouco da tranquilidade e controle que outrora estiveram tão presentes?Isso é 'morrer".
É vazio, é ruim.Você levou consigo os meus sentimentos?
Eu puxo o ar, pra sentir que as minhas células, que meu corpo funciona em harmonia, mas não é possível, eu não me sinto viva.O nosso nascer do sol me aparece um lilás rosado, como se já não nascesse, e sim, marcasse a presença de costas, e em seguida, partisse em retirada.Sem pássaros da tarde, sem trânsito, sem sorrisos.Acidentalmente.Como se quisesse te incentivar a desistir.
O tempo é culpado?Ele bem que tentou ajudar, lutou contra o "consigo tomar o rumo que eu quiser, consigo seguras as rédeas", mas não, não foi possível.
Os sentimentos, suas definições, sua intensidade.Combinam com seu carater e cotidiano, e nunca, nunca pense que você é boa pessoa se no íntimo souber que nunca amou.Antes de você achar que tem tudo, foque-se de novo.São essas provações e essas pedras, que a vida coloca sorrateiramente no caminho, que constroem o hoje.Assim, pode-se encarar com humanidade o outro lado, e a partir disso, opinião e ação são compatíveis, sendo assim, a consideração é algo presente.
Mas enquanto isso, a vítima, em seu auto isolamento se pergunta:
"E quem você acha que vai te ver morrer?"